Num dos meus últimos posts eu disse que toda manifestação humana trabalhada com criatividade pode ser considerada arte. Portanto, moda também é arte. Ela não apenas origina produtos de extrema riqueza visual, como também é reflexo das culturas ao longo do tempo.
Claro que, hoje em dia, a indústria da moda, do jeito que se configura e atua, não passa de uma grande e luxuosa futilidade, que idolatra valores estéticos questionáveis, padrões de beleza insanos e um nível de consumo exagerado. Mas isso é a indústria da moda, porque a moda em si, como eu já disse e reafirmo, é de muita importância.
E é justamente esse o assunto da mostra Papiers à la Mode, em exibição até o dia 11 de novembro no Museu de Arte Brasileira (MAB) da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). As artistas plásticas Isabelle de Borchgrave e Rita Brown reúnem trajes e acessórios (sapatos, chapéus, bolsas e xales) feitos exclusivamente em papel e em tamanho natural. São 300 anos da história da moda através de 60 modelos.
Na coleção, referências como um vestido da rainha Elizabeth I da Inglaterra, de 1599; trajes ingleses de cidade e campo usados no século XVII; vestidos de Maria Antonieta (século XVIII) e roupas características do século XX (Irmãs Callot, Poiret, Lanvin e Redfern).
Isabelle, que domina diversos procedimentos técnicos, consegue transformar planos em volumes e folhas de papel em vestidos. Além disso, é conhecedora de têxteis e por meio de recursos que vão da tintura à colagem, consegue dar ao papel as várias texturas e as consistências que os caprichos da moda requerem.
SERVIÇO:
Papiers à la Mode
Onde: R. Alagoas, 903, Higienópolis, tel: 3662-7198.
Quando: De terça a sexta-feira, das 10:00 às 20:00. Sábados e domingos, das 13:00 às 17:00.